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Tipos de Tumores do Sistema Nervoso

Há mais de 125 tipos diferentes de tumores do sistema nervoso, incluindo os do cérebro. Em sua maioria podem ser classificados como sendo de alto grau (rápido crescimento) ou de baixo grau (lento crescimento).

 

O Neuro-Oncologista trata de todos os tipos, mas entre os mais comuns se encontram:

 

Gliomas

Os gliomas são os tumores cerebrais primários mais comuns. Originam-se das células mais numerosas do cérebro - células gliais - e que tem, entre outras funções, dar suporte aos neurônios. Têm como uma de suas características principais o fato de serem infiltrativos e poderem ser classificados em quatro graus de malignidade: de I a IV.

Existem gliomas cujo crescimento é lento, gliomas de baixo grau (Astrocitomas, Oligodendrogliomas, etc) e aqueles de crescimento rápido (Glioblastoma, Oligodendroglioma anaplásico, etc).

Glioblastoma

É o tipo mais comum de glioma e o mais agressivo. Seu grau de malignidade é o IV e é também conhecido como Glioblastoma multiforme ou GBM. 

Afeta normalmente pessoas com mais de 50 anos de idade e, devido sua agressividade, necessita de tratamento cirúrgico com objetivo de sua retirada completa (com segurança e métodos para evitar sequelas) seguido pelo tratamento radioterápico e quimioterápico.

O tramamento neuro-oncológico do Glioblastoma apresenta um desafio para todos os especialistas, mas avanços científicos recentes (veja mais) e cuidados por uma equipe especializada oferecem oportunidades para melhora no prognóstico.

Meningeomas

Os meningeomas são tumores que se originam em uma das membranas que envolvem o cérebro (membrana aracnóide). Em sua maioria são benignos e crescem lentamente, mas formas de crescimento rápido também existem (meningeomas atípicos ou malignos).

O tratamento mais eficaz, e normalmente o inicialmente indicado, é a cirurgia, porém a capacidade do cirurgião em retirá-lo completamente depende de sua localização, do quanto ele envolve estruturas vitais intracranianas (como artérias, veias e nervos cranianos) e da experiência do cirurgião nos procedimentos cirúrgicos necessários e que em algumas vezes tem duração de mais de 12 horas.

Quando não completamente retirados os meningeomas podem voltar a crescer. Nesta situação, ou quando eles têm comportamento agressivo, pode ser necessário empregar-se a radioterapia (ou sua variação, a radiocirurgia). A interação entre o Neurocirurgião e o Radioterapeuta é essencial na indicação e planejamento da radioterapia.

Pesquisas médicas têm avançado, mas até o momento não se encontrou tratamento quimioterápico eficiente para estes tumores.

Tumores (Adenomas) da Hipófise

A maioria absoluta destes tumores são benignos. Eles têm origem na glândula hipófise que é responsável pela produção de hormônios essenciais ao correto funcionamento de nosso organismo. Uma parte destes tumores produzem grande quantidade  de hormônios causando sintomas específicos. Estes tumores são classificados de acordo com o hormônio que produzem:

- Produtores de Prolactina (Prolactinomas): São os mais comuns e o hormônio que produzem é responsável pelo surgimento de secreção de leite pelas mamas, pelo aumento das mamas em homens, infertilidade e pela alteração da libido.

- Produtores de Hormônio do crescimento: Causam aumento das extremidades (lábios, mãos, pés, etc) em adultos, alterações cardiovasculares, e nas crianças podem levar ao gigantismo.

- Produtores de ACTH: Levam à produção aumentada de cortisol que pode interferir no funcionamento de diversos sistemas. Causam uma situação específica chamada Síndrome de Cushing.

- Produtores de TSH: Causam sintomas de hipertireoidismo por excesso de estímulo da glândula tireoide.

- Produtores de LH/FSH: São muito raros e com sintomas clínicos / endócrinos pouco definidos.

- Não-produtores (Não-funcionantes): Apesar de não produzirem hormônios eles interferem na secreção normal da hipófise levando então a sintomas de deficiência hormonal múltipla  ou hipopitutitarismo.

Devido à localização da glândula hipófise e sua íntima relação com os nervos ópticos, os sintomas dos adenomas da hipófise podem ser também visuais, sobretudo com perda, ou defeito, de parte do campo visual.

Para alguns tipos de tumor da hipófise (Prolactinoma, por exemplo) existe a possibilidade de tratamento medicamentoso (Cabergolina - Dostinex®), mas a depender de seu tamanho ou sintomas o tratamento mais indicado será a cirurgia ou, episodicamente, a radioterapia.

Novamente, o tratamento multidisciplinar, que neste caso acrescenta o Endocrinologista, é essencial para o sucesso terapêutico.

Neurinomas (Schwannomas) do acústico

São tumores quase sempre benignos, mas cuja localização, normalmente junto a vários nervos cranianos (facial, acústico, trigêmeo) e artérias importantes, o torna um desafio para o tratamento mesmo para experientes neurocirurgiões.

Como outros tumores de baixo grau, os neurinomas têm lento crescimento, mas sua localização torna importante o seu tratamento enquanto ainda pequeno para que se aumente a chance de cura e se diminua o risco de sequelas.

A ressecção cirúrgica é a principal forma de tratamento e o desafio do cirurgião é a preservação da movimentação facial e da audição, o que demanda treinamento, experiência e especialização. Em algumas situações pode-se optar pela radiocirurgia ou até mesmo observação.

Metástases 

As metástases cerebrais acontecem quando um tumor de outro local do corpo invade o cérebro. Elas são 10 vezes mais comuns que os tumores primários (como os gliomas, por exemplo).

Com a melhora no tratamento de outros tumores, aumento do tempo de sobrevida dos pacientes e aumento de sua idade, observamos hoje um aumento na quantidade de metástases cerebrais. Acredita-se que entre 20% e 40% dos pacientes em tratamento oncológico desenvolverão metástases cerebrais que em sua maioria serão múltiplas. É certo também que a chance de acontecerem metástases cerebrais depende do tumor original sendo que os melanomas, câncer de pulmão e de mama têm especial predileção pelo cérebro.

O tratamento das metástase inclui a cirurgia, radioterapia e quimioterapia em diversas combinações possíveis. A discussão multidisciplinar no tratamento neuro-oncológico das metástases cerebrais é essencial.

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