Tratamentos inovadores em Neuro-Oncologia estão cada vez mais disponíveis
EM CIRURGIA
Cirurgia com o paciente acordado
É uma técnica em que a retirada do tumor cerebral é realizada enquanto o paciente, acordado, realiza uma série de atividades orientadas pela equipe cirúrgica. Monitoriza-se, normalmente, a fala e a motricidade.
Seu objetivo é proporcionar a máxima ressecção do tumor com o mínimo de risco de sequelas e permitiu importante avanço na capacidade de tratar tumores até pouco tempo considerados impossíveis de serem retirados com segurança.
Sua realização exige uma equipe muito bem coordenada, com Neurofisiologista e Anestesiologista com experiência e dedicados ao procedimento.
Quando bem indicado, a realização do tratamento cirúrgico de um tumor com o paciente acordado não encontra substitutos técnicos e é imprescindível para os melhores resultados
Monitorização Neurofisiológica Intra-operatória
Utilizando-se técnicas neurofisiológicas no transcurso da cirurgia avalia-se a segurança na manipulação de estruturas vitais e sensíveis do sistema nervoso central, como o nervo facial, as fibras e tratos motores cerebrais, etc. Permite o aumento da segurança na ressecção dos tumores cerebrais e medulares.
Exames de imagem em tempo real e Neuronavegação
A neuronavegação, comumente comparada à navegação intracraniana por um "GPS",
utiliza um moderno sistema de localização computadorizado que faz a relação dinâmica,
durante a cirurgia, entre um exame de imagem realizado antes do procedimento e
estruturas cerebrais e cranianas durante a cirurgia,
Uma técnica facilmente disponível, porém algumas vezes negligenciada, é a utilização
do ultrassonografia durante a cirurgia. Ela permite o acompanhamento em tempo real da
extensão da ressecção do tumor de forma complementar à neuronavegação.
Métodos como estes aumentam as possibilidades de uma retirada completa dos tumores.
EM ONCOLOGIA
Quimioterápicos por via oral
Não exatamente uma inovação em outros países desenvolvidos, mas somente há pucos anos disponível de forma regular no Brasil, o quimioterápico de escolha no tratamento dos Gliomas de alto grau, incluindo o Glioblastoma, é a TEMOZOLOMIDA, Trata-se do medicamento de maior atividade contra estes tumores.
Utilizado, em dose menor, já durante a quimioterapia e sendo continuado por aproximadamente 12 ciclos, a Temozolomida tem boa tolerância sendo utilizado por via oral no domicílio do paciente.
Imunoterapia
Já realidade no tratamento de outras neoplasias, a imunoterapia melhorou radicalmente o prognóstico de alguns cânceres como o melanoma, tumores renais e de pulmão.
São terapias que agem aumentando a capacidade do sistema imune do próprio paciente em identificar e "matar" as células cancerígenas que frequentemente escapam aos efeitos dos quimioterápicos e da radioterapia.
No tratamento dos tumores do sistema nervoso a imunoterapia encontra-se ainda em desenvolvimento e pesquisa. Existem fortes indicativos de sua eficácia, inclusive através de vacinas e terapia viral, mas a sua disponibilidade ainda se restringe à pesquisa clinicas, algumas abertas para novos pacientes.
Campos Eletromagnéticos (TTF, Optune®)
Trata-se de um princípio de tratamento completamente novo e não relacionado ao uso de quimioterápicos ou radioterapia.
Ele usa a capacidade de campos eletromagnéticos, aplicados sobre a cabeça, de desorganizar o processo de multiplicação das células cancerígenas,
Existem estudos científicos bem conduzidos que mostram sua capacidade de melhorar o prognóstico (tempo de sobrevida) de pacientes com glioblastoma. Este tratamento já está em uso clínico em alguns países (EUA, Japão e alguns países europeus) e sua disponibilização no Brasil é um dos esforços ativos dos especialistas em Neuro-Oncologia.
Para mais informações www.optune.com
EM RADIOTERAPIA
Radiocirurgia
A radiocirurgia é uma das formas mais modernas de tratamento radioterápico. Como outras
formas de radioterapia, a radiocirurgia emprega os efeitos da radiação contra as células tumorais
em rápida multiplicação, mas apesar do nome não é um procedimento que envolva cortes ou
métodos cirúrgicos invasivos.
Outra característica diferencial da radiocirurgia é que ela usualmente é realizada em somente
1 tratamento enquanto outros métodos de radioterapia necessitam de até 40 tratamentos (ou frações).
Existe, porém, um limite de tamanho dos tumores que podem ser tratados por este método, em torno
de 3 cm de diâmetro, e contra-indicações ao seu uso como a proximidade de estruturas vitais e o tipo
histológico (Glioblastoma não é um tumor que responda a este tratamento).
Hipofracionamento
O esquema de tratamento radioterápico para o Glioblastoma normalmente necessita de 30 sessões, ou 6 semanas de idas à clínica de radioterapia para uma dose total de 54 a 60 Gy, mas estudos recentes mostraram que os pacientes com 65 anos de idade ou mais podem ter a quantidade de sessões diminuída para 15, com 3 semanas de idas à clinica de radioterapia para uma dose total de 45 Gy, com a mesma eficácia do tratamento.
Esta diminuição da quantidade de sessões é especialmente importante para os idosos que vêem seu tratamento muito facilitado.
Veja o artigo científico: New England Journal of Medicine
EM PATOLOGIA
Estudo Molecular
Desde 2016 o diagnóstico patológico dos tumores cerebrais envolve a avaliação de uma série de marcadores moleculares.
No caso dos Gliomas a avaliação molecular é obrigatória e necessário que se analise ao menos 2 marcadores: "Mutação do gene IDH1/2" e a "co-deleção dos genes 1p/19q". A ausência deste estudo não permite um diagnóstico preciso.
Uma outra alteração genética, avaliada também no tecido tumoral retirado durante a cirurgia, é a chamada "metilação do MGMT". Apesar de não essencial para o diagnóstico patológico dos gliomas, a presença desta alteração fornece informações importantes para avaliação do prognóstico e interpretação da resposta ao tratamento.


