
METÁSTASES CEREBRAIS - TRATAMENTO RADIOCIRÚRGICO
- Neste estudo foram revisados de forma sistemática 4706 artigos, sendo 50 deles selecionados para a análise dos resultados da eficácia da Radiocirurgia após o tratamento cirúrgico das metástases cerebrais. Um total de 3458 pacientes tiveram seus resultados analisados.
- O estudo chega a algumas conclusões importantes, todas elas reafirmando o papel importante da Radiocirurgia como forma de tratamento complementar logo após a ressecção cirúrgica de uma metástase cerebral, mas também estimulando novas pesquisas:
1- 83,7% dos pacientes tratados com Radiocirurgia permaneceram sem retorno de sua doença no local tratado em 1 ano.
2- A dose de radiação (maior ou menor de 18 Grays) não teve grande interferência na eficácia.
3- A forma fracionada da Radiocirurgia, aplicada entre 2 e 5 momentos, pareceu ser mais eficaz no controle local da doença do que o tratamento em uma única aplicação. 87,3 % contra 80% de controle em 1 ano.
4- Existe baixa incidência de radionecrose (6,9%) que é uma das complicações mais temidas da Radiocirurgia e costuma acontecer após 6 a 18 meses do tratamento.
- Este estudo reafirma a segurança e eficácia da Radiocirurgia na complementação do tratamento cirúrgico das metástases cerebrais.
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CÂNCER DE MAMA / METÁSTASES CEREBRAIS
No estudo publicado em janeiro de 2020, Alexander F. C. Hulsbergen e colegas* descrevem um importante estudo realizado para a caracterização das alterações moleculares das metástases cerebrais no câncer de mama.
Em um grupo de 219 mulheres que desenvolveram metástases cerebrais e foram submetidas ao tratamento cirúrgico destas, uma proporção importante (36,3%) tinham características moleculares diferentes em suas metástases cerebrais em comparação com o tumor de mama original. Esta mudança molecular é exemplo de que em muitas vezes o tumor no cérebro é diferente do tumor da mama (em 22,8% das mulheres neste estudo) e isso pode significar uma necessidade de ajuste do tratamento.
Naquelas mulheres classificadas com tumor de mama HER2 negativo, 14,8% mudaram as metástases cerebrais para HER2 positivo e apesar de não estatisticamente significativo, as pacientes com metástases cerebrais HER2 positivos tendem a ter maior tempo de vida (56,6 meses nas HER2+ contra 23,3 meses nas HER2-).
Este estudo mostra a importância da avaliação histológica das metástase cerebrais pela sua ressecção cirúrgica, quando possível, pois isto poderá melhorar a compreensão da doença e levar a mudanças no tratamento.
*Neuro Oncol. 2020 Jan 23
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METÁSTASES CEREBRAIS DE MELANOMA E RADIOTERAPIA
Melanomas são tumores com grande propensão a metástases para o cérebro. Até recentemente a radioterapia e radiocirurgia eram as únicas forma de tratamento disponíveis quando a cirurgia não era possível.
A imunoterapia mudou este cenário e hoje é empregada com sucesso em até 60% nos pacientes com metástases cerebrais de melanoma.
O artigo "Melanoma brain metastases: is it time to eliminate radiotherapy?" publicado na revista “Journal of Neuro-Oncology” por Richard J. White e colegas em 06/2020 analisa o uso associado da imunoterapia com a radioterapia e radiocirurgia nos pacientes com metástases cerebrais.
Interpretando os resultado em um grupo de 670 pacientes, os autores concluem que a associação da radiocirurgia e imunoterapia é aquela que mais beneficia os pacientes no sentido de aumento no tempo de vida. O uso da radioterapia cerebral global, junto da imunoterapia, não trouxe nenhum benefício e, possivelmente, poderia até mesmo ter seu uso dispensado.
Estudos para maiores esclarecimentos estão em curso