
MEMÓRIA, COGNIÇÃO E QUIMIOTERAPIA
Recente artigo (Cognitive impairment after cytotoxic chemotherapy. Neuro-Oncol Pract, Vol 7, Issue 1, Feb 2020) analisa os efeitos da quimioterapia citotóxica, utilizada no tratamento das principais formas de câncer (mama, pulmão, cólon, etc), na capacidade cognitiva dos pacientes.
A piora da memória, lentificação do raciocínio e fadiga mental são queixas conhecidas entre aqueles em quimioterapia. Termos como “quimiodemência” são vistos na literatura leiga e estes sintomas afetam entre 17% a 33% dos pacientes.
As queixas cognitivas mais comuns são: lentificação do pensamento, dificuldades com a memória e aprendizado verbal, falta de atenção, lentificação da reação motora e coordenação, piora da fluência verbal e concentração.
A piora cognitiva acontece mais frequentemente durante a quimioterapia, mesmo logo após a primeira dose dos quimioterápicos, e uma parcela significativa dos pacientes mantém as queixas por algum tempo logo após o término do tratamento quimioterápico. Sintomas persistentes acontecem entre 17% a 86% dos pacientes 1 mês após o fim de tratamento.
A longo prazo a maior parte dos estudos mostram que a piora cognitiva persiste persiste até 6 meses após a finalização do tratamento, mas após 1 ano há tendência a alguma melhora.
Existem fatores de risco para a piora da memória e raciocínio associada à quimioterapia, como o tabagismo, idade avançada e demência leve antes do início do tratamento.
Para a prevenção desta condição não há ainda método bem estabelecido, alguns medicamentos são tentados (Memantina, Donepezila, p. ex), mas mais pesquisas são urgentemente necessárias.